Vou colocar dois excertos de dois posts que li em blogs que por vezes dou uma espreitadela... não concordo a 100% com ambas as ideias, mas para além de as perceber, aproximo-me delas.
"Tendo em conta as variadas formas de manifestação da criatividade, torna-se simples perceber que o jogador criativo não é o que faz grandes dribles, grandes passes, grandes desarmes, é sim aquele que através da melhor decisão momentânea, para ele e para o seu colectivo, através de qualquer acção técnico – táctica, consegue o "espaço físico" que a equipa precisa, naquele momento, para o cumprimento de um determinado objectivo colectivo… isto sim é Criatividade."
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Centro de Jogo faz uma referencia à criatividade talvez um pouco diferente do que estamos acostumados a ler. Um momento criativo pode simplesmente ser um desarme, uma defesa, ou um tabelinha, não necessariamente uma finta ou um passe de letra, ser criativo num jogo colectivo é certamente tomar a decisão certa em determinado momento do jogo.
2. Outra coisa excessiva a respeito do modelo de Jesus é o entusiasmo que causa. O problema desta relação entre qualidade do modelo e entusiasmo que provoca é que é falaciosa. O melhor modelo não é o que galvaniza mais as bancadas, o que cria mais oportunidades de golo, o que motiva mais os jogadores. Não há relação de causalidade entre qualidade e efeitos exteriores na audiência, resultados práticos ou capacidade de motivação. O melhor modelo, e esta é a minha definição, é aquele que faz depender o colectivo o menos possível das individualidades. Nesse aspecto, o modelo de Jorge Jesus tem-se revelado cada vez mais banal. Depende excessivamente - e isto é algo que ando a dizer desde o início da época passada, embora se revele cada vez mais - da vertigem que as individualidades são capazes de colocar no jogo; depende das correrias dos laterais, da velocidade a que cada jogador reage à perda de bola, da espontaneidade de cada elemento, etc. Se é verdade que, jogando deste modo, impede os adversários de se organizar do melhor modo, impede também a própria equipa de jogar de modo organizado. O modelo de Jesus prepara a equipa para ser forte em momentos de desorganização, mas limita-a não a preparando para ser competente quando é preciso inventar essa desorganização.
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Nuno leva as coisas demasiado ao extremo, claro que o modelo de Jesus não é banal, sou da opinião que o melhor modelo é aquele que faz depender o colectivo o menos possível das individualidades, mas parece-me claro que Jesus também sabe disso. Agora há duas coisas que me apetece sublinhar:
- "o melhor modelo não é o que galvaniza mais as bancadas, o que cria mais oportunidades de golo" claro que não, porque este poderá não ser um modelo ganhador, aliás poderá ter demasiados pontos contra.
- "Se é verdade que, jogando deste modo, impede os adversários de se organizar do melhor modo, impede também a própria equipa de jogar de modo organizado."
O problema do Benfica de Jesus está muitas vezes neste ponto, a demasiada histeria que a equipa vive tira-lhe por vezes a clarividência e torna a equipa desorganizada. O Benfica deste ano cria por vezes n oportunidades de golo, mas por outro lado expõem-se demasiado e isso provoca demasiadas situações embaraçosas para uma equipa de topo.